Eduardo Braga

04/07/2023

Em meio à pressão pela redução da taxa Selic, Eduardo Braga ressalta que o Senado é o poder regulador da independência do Banco Central

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) ressaltou nesta terça-feira (4) que “o Senado é o poder regulador da independência do Banco Central”, ao encaminhar o voto favorável da bancada do MDB à indicação do economista Gabriel Galípolo para compor a diretoria da instituição.

Nós defendemos a independência do Banco Central, mas significa dizer que a independência do Banco Central, prevista em lei, tem condicionamentos de prestação de informações de políticas monetárias e inflacionárias ao Senado da República e ao Plenário do Senado da República. Porque, afinal de contas, o Senado é o poder regulador da independência do Banco Central”, destacou.

Para o senador, o papel do Senado deve ser lembrado em meio ao debate nacional sobre a necessidade de redução da taxa Selic, hoje fixada em 13,75%, e diante da perspectiva de a inflação voltar para o centro da meta. “O Relatório Focus, do próprio Banco Central, mostra esse cenário. Mesmo assim, as autoridades e as diretorias do Banco Central insistem e persistem numa política de taxa de juros que a população, os microempresários, os empresários, aqueles que geram emprego, renda, que fomentam a economia, que fazem a economia andar, não estão mais suportando”, acrescentou.

Eduardo Braga voltou a criticar também os juros do crédito rotativo do cartão de crédito e do cheque especial: “É vergonhoso. O crédito rotativo do cartão de crédito bateu 447,50% de juros ao ano. Recorde absoluto. E mais: é exatamente aí que boa parte da classe média se financia, é exatamente aí que boa parte do varejo se financia, é exatamente aí que boa parte das pessoas das classes D e E, muitas vezes, se socorrem para comprar um remédio para salvar o seu filho, para comprar o leite para matar a fome do seu filho. São taxas de juros inexplicáveis, inadmissíveis e sem nenhuma similitude em nenhum outro país do mundo”.

E acrescentou: “Outra questão é a taxa de juros do cheque especial. São peculiaridades da economia brasileira que não se repetem em outras economias. É bom lembrar que aqui neste Plenário, naquela tribuna, o Dr. Roberto Campos Neto, durante o debate sobre a independência do Banco Central, assumiu compromissos de que daria início a uma política de revisão das taxas de juros do crédito rotativo e do cheque especial neste país”.

Sua expectativa é de que a aprovação do nome de Galípolo para a diretoria do BC garanta a retomada do debate interno da instituição sobre essas taxas de juros e também do papel do Fundo Garantidor do Microcrédito, fundamental para a geração de emprego e renda no país.

Compartilhe

Últimas Notícias

Pular para o conteúdo