Eduardo Braga

20/10/2023

BR-319 faz a diferença para dois milhões de brasileiros que vivem no interior da floresta, diz senador em evento promovido em SP

Ao participar do evento “Diálogos Amazônicos”, promovido nesta sexta-feira (20/10) pela Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP), o senador Eduardo Braga (MDB/AM) lançou aos presentes uma pergunta sobre os impasses que dificultam a pavimentação da BR-319.

A 9ª economia do mundo não é capaz de fiscalizar os 400 quilômetros da rodovia?”, perguntou ele a respeito da única via terrestre que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO) e ao resto do país.

A recuperação da BR-319, que há décadas aguarda licença ambiental, voltou a ser debatida em razão dos efeitos da vazante histórica dos rios da bacia amazônica.

Entre eles, a impossibilidade de navegação em muitos trechos, o que não permite o transporte de materiais e insumos necessários ao Polo Industrial de Manaus (PIM) e a devida assistência às famílias isoladas. Muitas delas aguardam alimentos, medicamentos e até água potável para sobreviverem.

Alguns não entendem que essa única interligação pode significar a diferença para dois milhões de brasileiros que vivem no interior da Floresta Amazônica. E por qual motivo? Por que não somos competentes para fiscalizar o desmatamento em 400 quilômetros de rodovia?”, questionou o senador.

De novo – Governador do Amazonas entre 2003 e 2010, Eduardo enfrentou com a população dois eventos climáticos extremos. Em 2005, uma seca expressiva. Três anos depois, a enchente dos rios. Em 2010, disse ele, o Estado registrou então a maior vazante da história.

Treze anos depois de 2010, estamos enfrentando a mesma circunstância. O mundo e o Brasil assistem aos guardiões da floresta sofrendo pela falta de água, por ter que pagar R$ 12 por um litro de gasolina, pelo isolamento, pela falta de infraestrutura e de logística”, afirmou.

Políticas públicas – A regularização fundiária na Amazônia é outro importante debate a ser feito nacionalmente, salientou Eduardo. Segundo ele, essa é a condição necessária para se criar e levar adiante políticas de desenvolvimento sustentável na região. “Como posso aprovar o manejo florestal sem a titularidade da terra concedida?”, perguntou.

ZFM – Relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária no Senado, o parlamentar ressaltou a função estratégica da Zona Franca de Manaus (ZFM) para o mundo. O modelo de desenvolvimento regional, disse Eduardo, é o maior projeto de conservação da Amazônia. “Graças a isso, o Brasil tem a maior floresta em pé do planeta.”

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