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A emergência humanitária ocasionada pelo avanço da seca no Amazonas, que promete ser histórica, reforçou a pressão do senador Eduardo Braga (MDB/AM) e dos demais representantes do Estado sobre o governo federal pela recuperação da BR-319.
A única rodovia federal que liga a capital amazonense a Porto Velho (RO) e ao resto do Brasil permanece intransitável, sem receber as obras necessárias, em razão, nas palavras de Eduardo, da “*política vesga*” de alguns que impõem uma série de entraves burocráticos, principalmente na seara ambiental.
“Viver na Amazônia significa viver no isolamento e morrer de sede e fome em meio a situações extremas climáticas como a atual? Não pode ser. E isto tem que ser dito dentro do governo federal”, afirmou o parlamentar ontem à noite, no Ministério dos Transportes.
Da reunião participaram os ministros Renan Filho, dos Transportes; Waldez Góes, da Integração e do Desenvolvimento Regional, e Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos; as equipes técnicas vinculadas às três pastas; o governador do Estado, Wilson Lima; deputados federais e senadores que formam a bancada do Amazonas no Congresso Nacional.
A reivindicação de Eduardo ocorreu após o anúncio das primeiras medidas de socorro do governo federal à população amazonense, especialmente a que mora no interior. Entre elas, a realização de obras de dragagem nos rios Madeira, Solimões e Amazonas, no valor de R$ 141 milhões.
Está previsto ainda o monitoramento contínuo dos níveis dos rios, assim como dos impactos sociais e econômicos, já que muitas famílias sofrem com o desabastecimento de alimentos, remédios e até água potável.
Segundo o parlamentar amazonense, a escassez de produtos essenciais, assim como de serviços, se deve, em boa parte, à inexistência da BR-319. Com 877 quilômetros, a rodovia percorre uma região de interflúvio dos rios Purus-Madeira. No caso do Madeira, deve haver uma obra de dragagem para evitar o isolamento das famílias que moram na região.
Essa intervenção, observou Eduardo, não será feita com a urgência necessária. “A dragagem, o balizamento e a sinalização do rio Madeira não acontecerão da noite para o dia. E quando começarem as obras, virão as restrições ambientais”, disse o senador aos presentes.