Eduardo Braga

06/06/2024

Para Eduardo Braga, a floresta amazônica é um ativo para o país, mas não pode ser empecilho para o desenvolvimento da região

Em painel sobre “Os desafios da Amazônia” durante a edição Brasília da Conferência Diálogos Amazônicos, promovida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (06/06), o senador Eduardo Braga (MDB-AM) apontou entraves econômicos e sociais, com impactos ambientais, que desafiam o desenvolvimento sustentável da região. Na sua opinião, a floresta é um ativo para o país, mas não pode ser vista como um empecilho para a sobrevivência da população que vive na Amazônia.

A questão ambiental não pode estar vinculada apenas ao comando de fiscalização e controle, seja da Polícia Federal, Ibama e ICMBio. Necessita, acima de tudo, de uma política que valorize o equilíbrio entre o social, o econômico e o meio ambiente. Aqueles que vivem na floresta não precisam estar aprisionados à fome, ao abandono e ao atraso em função do discurso daqueles que querem preservar por preservar. Nós não somos um santuário”, argumentou o senador, sob aplausos da plateia.

O senador reforçou a tese de que a Amazônia não é problema, mas solução para o Brasil. “A questão ambiental na Amazônia não é só um desafio, mas ao mesmo tempo pode ser um dos grandes fatores de alavanca econômica e social que sustenta o país. Não haveria agronegócio no Brasil se não fosse a floresta amazônica. Não teríamos o ritmo hidrológico para que o país fosse o maior produtor de soja, milho, algodão, grãos e nem teríamos a pecuária tão forte. Por mais contraditório que possa parecer. A floresta é ao mesmo tempo um ativo, mas não pode ser vista como empecilho que atrapalha. Para isso, temos de monetizá-la, temos de valorizá-la. Ela só será preservada e conservada, se valer mais em pé do que derrubada”.

Lei de Comercialização do Carbono

Braga defendeu a aprovação definitiva da Lei de Comercialização do Carbono, até para que o Brasil possa chegar na Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas – COP 30, que acontecerá em Belém no próximo ano, com um marco regulatório que “possa fazer com que a comercialização do carbono deixe de ser o futuro e comece a ser o presente, transformando-se em um ‘funding’ econômico e social, que valorize efetivamente os guardiões da floresta”.

Ele lembrou que um texto sobre o assunto já foi votado pelo Senado, foi para a Câmara e agora voltou para nova apreciação dos senadores. Sua expectativa é de que a proposta possa ser aprovada até o recesso de julho próximo. Entre outros desafios a serem vencidos, o senador destacou ainda os problemas de logística, conexão e energético que travam o desenvolvimento da região amazônica.

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