Eduardo Braga

12/03/2025

“Quem tem a Amazônia, não tem problema, mas uma solução”, ressalta Braga em debate sobre transição energética

Ao participar de painel sobre sustentabilidade promovido pelo Lide e Correio Braziliense, nesta quarta-feira (12/03), em Brasília, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) exaltou que o binômio desenvolvimento sustentável e transição energética coloca o Brasil como principal ‘player’ do mundo na produção de energia limpa. E aproveitou para destacar o papel da Amazônia neste cenário.

Olhando especificamente para o fornecimento de eletricidade, o Brasil se destaca, pois mais de 89% da energia elétrica brasileira foi gerada sem a emissão de gases do efeito estufa. Mas os países desenvolvidos nos apontam o dedo e não permitem, por exemplo, tirar o meu estado do isolamento com a BR-319, embora o Amazonas tenha hoje 97% da sua floresta primária de pé, que fornece o ritmo hidrológico para que o Brasil seja o líder e principal ‘player’ do mundo em produção de energia limpa. Portanto, não é a Amazônia brasileira a vilã neste caso”, argumentou o senador.

E acrescentou: “A Amazônia é a solução. Quem tem a Amazônia não tem um problema, mas tem um desafio e uma solução”.

Durante o evento Brasil Summit, Braga lembrou que quando assumiu o governo do Amazonas em 2003, embora pouco se falasse em sequestro de carbono, em desenvolvimento sustentável e serviços ambientais, seu governo já alertava que a fiscalização e controle não bastariam para garantir o combate ao desmatamento na região, sem a monetização do maior patrimônio do povo brasileiro: a floresta em pé.

Aquela altura, o Amazonas introduziu várias políticas para poder implementar o desenvolvimento sustentável. Criamos a primeira lei de mudanças climáticas, o primeiro mecanismo de pagamento de serviços ambientais em áreas de produção e reduzimos drasticamente o desmatamento ao longo de oito anos de governo. Uma redução que chegou a 90% no estado”, destacou.

Segundo ele, não foram só essas políticas que garantiram a preservação recorde da área de floresta do estado, mas também o modelo econômico implantado por meio da Zona Franca de Manaus: “O que faz uma pessoa ser ambientalista ou não é a fome. O principal ingrediente para inibir o desmatamento é o combate à fome. E foi o modelo de desenvolvimento sustentável garantido pela Zona Franca de Manaus que permitiu ao Amazonas manter 97% de sua floresta primária preservada”.

Braga lembrou ainda que a Amazônia também é fundamental para que o Brasil mantenha sua matriz energética baseada em fontes renováveis e limpas, em boa parte graças as hidrelétricas instaladas no país. “Para que nós tenhamos hidrelétricas, nós precisamos de chuvas. E para isso, nós precisamos da floresta, para que tenhamos um ritmo hidrológico correto, que garante hoje ao Brasil se manter como um país produtor de soja, algodão ou milho”, observou.

Para o senador, o Brasil tem credenciais para realizar uma transição energética de peso no cenário mundial, destacando o pioneirismo do país no uso de etanol como combustível veicular, por meio de um programa criado em 1975. “Entre 2003 e 2020, estima-se que o uso do etanol tenha evitado o lançamento de 515 milhões de toneladas de carbono na atmosfera, da ordem de 28 mil megawatts até 2034. Temos ainda o Programa Nacional do Hidrogênio, que já contabiliza 30 bilhões de dólares em investimentos para produção de hidrogênio de baixo carbono país”, ressaltou.

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